sexta-feira, 15 de novembro de 2019

Crítica | Revolver (1966), The Beatles





Nota: 4/5


   Ao entrar no mundo que é os The Beatles, fiquei intrigada com a quantidade de álbuns que tinha ao meu dispor, sem saber por onde começar. Tinha começado a ouvir a música deles a partir do YouTube, como um método de me ajudar a concentrar no estudo durante a época de exames. Numa playlist das suas canções mais conhecidas, e fiquei extremamente pegada a uma delas, Eleanor Rigby. Era algo diferente àquilo que eu tinha ouvido deles anteriormente; Eleanor Rigby contava a história de uma mulher solitária, com a voz de Paul McCartney a narrar e um octeto de cordas a acompanhar. 
   “Revolver” tinha de superar muitas expectativas. O seu antecessor, “Rubber Soul”, de 1965, trouxe um novo som à banda, com a introdução do sítar por George Harrison em Norwegian Wood (This Bird Has Flown). “Rubber Soul” foi um ponto fulcral na carreira dos The Beatles, onde eles começaram a utilizar o estúdio como um instrumento e onde deixaram sua criatividade ir mais longe (com a ajuda das drogas, claro). “Revolver” também marcou a entrada dos The Beatles para a reforma como live performers. Com isso, finalmente conseguiram gravar um álbum completo sem interrupções de tournés pelo meio, e conseguimos reparar que eles tomaram proveito desse aspeto e em “Revolver” vemos um novo uso da tecnologia musical, como loops de fita e gravações invertidas; o exemplo mais notório neste álbum é a última faixa, Tomorrow Never Comes. 
   Os singles que saíram deste álbum foram Eleanor Rigby Yellow Submarine, a canção que originou o álbum e filme precedentes de 1968 com o mesmo título. Yellow Submarine é a estrela deste álbum, tendo sido escrita originalmente por McCartney com intenção de ser uma canção para crianças, como um veículo para o alcance vocal limitado de Ringo Starr, o baterista da banda. Para mim, a verdadeira estrela é Eleanor Rigby. Tendo estudado música clássica toda a minha vida, ouvir um octeto de cordas, e só um octeto de cordas a acompanhar um cantor num ambiente não erudito, foi algo que mudou a minha perspetiva em relação à banda. Outras faixas que tiveram a minha especial atenção e interesse foram TaxmanLove You To (tenho de admitir que tenho um soft spot quando se trata das canções do George Harrison) e Good Day Sunshine
   O único ponto que perde é o facto de ser um álbum relativamente pequeno. Tem apenas 35 minutos de duração; as canções são fantásticas, mas admito que algumas tinham o potencial de ir mais longe.
   Em comparação aos álbuns que o precederam, "Revolver" definitivamente é um ponto de viragem na sonoridade dos The Beatles. Deixaram aquele típico som dos anos 50, as canções com os mesmos quatro acordes, e foi apenas o início daquilo que veio a ser a melhor época produtiva dos quatro rapazes com cortes de cabelo à tigela.

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